Às vezes posso me encontrar olhando para a imagem tediosa de uma parede de tijolos, e, ainda assim, estar percebendo um lindo pôr-do-sol através do meu olho australiano. Ou eu posso estar em uma conversa extremamente enfadonha com alguém, e, ainda assim, estar ouvindo piadas muitíssimo engraçadas no meu ouvido americano. A antena é uma nova parte do meu corpo e o chip, uma extensão do meu cérebro. Não sinto que estou usando tecnologia, tampouco sinto que estou vestindo tecnologia—sinto que eu sou tecnologia. Sinto que sou um ciborgue.
A palavra ciborgue vem da união de duas palavras: “cibernética” e “organismo”. Dependendo de como definimos as palavras “cibernética”, “organismo” e “união”, podemos chegar a uma infinidade de definições para a palavra ciborgue. Sinto que posso me autodefinir como um ciborgue através de três maneiras distintas:
Posso me definir como um ciborgue biológico, alguém cujo corpo foi fisicamente alterado devido à cibernética (tenho um chip e uma antena implantados cirurgicamente em minha cabeça);
Posso me definir como um ciborgue neurológico, alguém cujo cérebro tem se modificado devido à cibernética—um novo sentido foi criado em meu cérebro em função da união entre a cibernética e o meu corpo;
E eu também posso me definir como um ciborgue psicológico, alguém cujo sentido de identidade tem se modificado devido à cibernética. Eu me identifico como ciborgue.